segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Era o louco!

Hoje reescrevi aquela história,
que te contei noutra noite,
em palavras no ar e nas nuvens
e nas árvores e em mim.
Tatuava alegremente os símbolos
na carne tenra e pálida,
quando percebi que a pintura...
Ahhh a tua pele é de mármore!
Criei as linhas pelas quais o artista
se expressa em vão,
tentando fazer deste, um mundo melhor.
Mas é impossível transcrever-te
em simples conceitos
definidos por sequências de letras.
Palavras.
Descubro aos poucos,
vastos e intermináveis cantos
do Ser, e percebo
que é impossível transpor-te
em palavras.
Sequências de letras.
Em palavras que os idiotas dos poetas usam
para tentar expressar a dança
imensurável que os queima por dentro.
Dei o teu nome a alguém que não existe.
Ajustei-o!
Só na minha história.
Só para a minha história,
e no poema,
que há-de surgir um momento
e evitar que me queime
até desaparecer.
E eu vi-o a saltar e a
dançar!
Era o louco!

Sem comentários:

Enviar um comentário