domingo, 7 de abril de 2013

De volta á escrita!







Tenho o privilégio de viver na aldeia, num sítio onde acordo com o cantar dos pássaros. Quando acordo e me levanto, saio ao pátio da minha casa e vejo árvores grandes e altas, sinto a brisa que me beija o espírito e me sussurra que tudo está certo como é. Tenho o privilégio de viver num sítio que de tão calmo que é, posso ouvir um galo que canta às quatro da manhã, às quatro da tarde, quando lhe apetece. Para ele não há regras, para ele não há ordem. Canta, canta, canta, sempre. Mas parece-me estar um pouco velho. Sempre que canta, consigo sentir os anos na sua voz rouca e áspera. Ele que canta sem a noção do tempo, da fragilidade que a consciência humana trás consigo. Sem se aperceber da chuva que pode vir amanhã, ou talvez não. Talvez mais consciente que nós, humanos racionais que pensam que sabem. E assim a chuva continuará a cantar nos meus dias, banhando-me com as estrelas que me fazem seguir nesta louca aventura que é viver. Viver aqui e agora, nos sonhos ou sem eles.

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